Anos 50
Como
já disse anteriormente eu nasci em Sampa em um domingo de maio de 1951. O parto
foi feito em uma casa térrea na R. Isaura Freire, no bairro de São Judas.
Moramos nesta casa até 1956 quando meu pai construiu um sobradinho no bairro de
Indianópolis, hoje Planalto Paulista. onde moramos até 1970.
Eu
lembro de pouca coisa dos anos 50, só sei que não tínhamos televisão e
assistíamos quase todas as tarde e início da noite na casa dos pais da Sônia,
portanto era televizinho.
Os
meus amigos de infância eram a Cristina que morava em frente de casa, a Sônia
que tinha a televisão, Clóvis e Sérgio Japonês. Tinha também o Eduardo o irmão
da Meire, este era mais amigo da minha mãe, ia sempre em casa contar as
novidades. Foi o primeiro a dar notícia da morte do Presidente Getúlio Vargas
em 54 e da Carmem Miranda em 55.
A
gente ia todos os domingos na Missa da Igreja de São Judas, inclusive onde fui
batizado, ganhava um cartãozinho que dava direito de assistir um filme a tarde
no salão da igreja.
Não
tinha padaria perto, íamos sempre na Venda do “Seu Juca”, pai do Hélio, que por
coincidência do destino trabalhei com ele na Escala de vôos da Varig na década
de 70. A venda tinha de tudo, hoje seria como um mercadinho. Gostava de
ir comprar doces e balas; mas nunca esqueço que ganhei um patinete no Natal. Fui
todo orgulhoso, estacionei o meu veículo em frente à venda, quando voltei o
tinham roubado, não achei até hoje.
Meu
pai ainda morava conosco nessa década. Saiu de casa em 61, e constituiu uma
outra família. Ele trabalhava como Radio Telegrafista de Vôo na Real Aerovias,,
cujo nome de guerra, ROV Tesouro. Íamos quase todos os anos passar férias em
Belém do Para, sua cidade natal. Também íamos para Santos e ficávamos
hospedados na Pensão da Dona Augusta, depois Hotel Nossa Senhora de Fátima na
praia do Gonzaga.
Eu
era o caçulinha, o único que nasceu em Sampa; meus dois irmãos mais velhos,
nasceram em Belém, sendo a menina 4 e o menino cinco anos mais velhos.
Nós
éramos uma família classe média.Éramos felizes, pelo menos enquanto meu pai
ainda estava em casa. Fazíamos “picnics “ no Parque do Estado - hoje Jardim
Botânico, Eldorado em Diadema -, freqüentávamos casas de amigos; vivíamos
em perfeita harmonia familiar.
Parentes
mesmos, só tínhamos o Tio Antônio que veio de Belém junto com os meus pais, e
outros que vieram mais no fim dos anos cinqüenta.
Quase
todos trabalharam na aviação, que o meu pai indicava.
Já
no fim da década comecei a gostar de futebol; principalmente depois de 58,
quando fomos campeões do mundo, e passei a torcer para o tricolor paulista, em
57, quando fomos campeões paulista; e comecei também a jogar futebol com os
meninos do bairro. Primeiro como goleiro, e depois como centro avante.
Nessa
mesma época conheci Elvis, Paul Anka, Neil Sedaka, Cely Campelo e passei a
gostar de Rock também. Por influência dos meus pais e do meu irmão mais velho,
gostava também de música brasileira, - principalmente dos melhores cantores do
Brasil, Nelson Gonçalves e Ângela Maria.
Lembro
com saudades desses anos dourados, da minha infância querida, da minha primeira
professora Meire, na Escola Agrupada de Vila Helena as margens do Córrego da
Traição.
Família Uchôa 1
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Ricardo Uchôa Rodrigues
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