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9/07/2011

Mostra “O Ítalo Marajoara” homenageia GIOVANNI GALLO

Uma exposição que reúne imagens poético-documentais da ilha do Marajó, sob o olhar do italiano Giovanni Gallo, ex-padre jesuíta e criador do Museu do Marajó, é uma das atrações que os visitantes da XV Feira Pan-Amazônica do Livro podem conferir no 1º piso (Hall Foyer) do Hangar. As imagens fazem parte de um intenso trabalho de pesquisa, documentação e reprodutibilidade do Acervo do Museu do Marajó. O curador geral da exposição, Carlos Pará, explica que Gallo, “em seu processo alquímico-existencial”, além de captar fragmentos da realidade, carregava as credenciais de pesquisador curioso, que através da técnica fotográfica teve a possibilidade de materializar e transmitir experiências, descobertas, aventuras e verdades do universo complexo do território marajoara.
Carlos Pará pontua o ineditismo da mostra, em que Gallo revelou índices que se tornaram registros antropológicos do povo e da cultura marajoara de sua época. “O destino foi o mestre-guia que lhe enviou para a missão de converter almas para o reino da igreja católica mas, foi convertido de alma e coração ao reino místico e misterioso da Ilha do Marajó”, diz. Outro atrativo da instalação fotográfica é a concepção do design, em forma de um barco. A montagem da mostra foi um trabalho realizado pelos artistas Armando Queiroz, Emanuel Franco e Mariza Mokarzel.
A exposição foi pensada e criada especialmente para a Feira do Livro para homenagear esse nobre italiano, que dedicou sua vida para servir um povo culturalmente rico e criativo, a partir de convite da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult), que escolheu a Itália como país homenageado desta 15ª edição do evento. A exposição ganhou o maior espaço físico da Feira.
Legado - Grande visionário, museólogo e fotógrafo, Giovanni Gallo viveu nos municípios de Santa Cruz do Arari e Cachoeira do Arari, entre às décadas de 70 e 80, tornando-se um dos maiores defensores e divulgadores da paradoxal cultura marajoara. Além de fotógrafo, Gallo foi jornalista e museólogo. Suas pesquisas não se limitaram à arqueologia da ilha, também contribuíram para que o padre adquirisse um significativo conhecimento sobre os aspectos culturais e sociais da região.
Giovanni entregou sua vida para servir um povo culturalmente rico, que vive à margem da história, distante dos grandes centros urbanos, afastados de tudo, em áreas de difícil acesso, onde a ditadura da água e da terra prevalecem. Sem dúvida ele merece esse reconhecimento e a divulgação de seu trabalho, por isso montamos essa exposição”, destaca Carlos Pará. “Achei a exposição muito interessante, pois nos permite conhecer mais sobre a Ilha do Marajó a partir da perspectiva visual, o que a torna acessível até para as crianças”, relatou o visitante Anderson Nunes.


Serviço: A exposição “Giovanni Gallo – O Ítalo Marajoara” ficará aberta até 11 de setembro, 1º piso (Hall Foyer) da Feira do Livro, no horário de 10h às 22h. A entrada é franca.


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Manuela Viana
/Agência Pará

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