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6/03/2011

Escola Bosque aniversariou. E menina-moça. Rita Nery está feliz





A professora Rita Nery foi um dos sustentáculos da Escola Bosque




O Centro de Referência em Educação Ambiental – Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, do Outeiro, - atual Fundação Escola Bosque, na ilha de Outeiro, formada pela Escola Bosque, Casa Escola de Pesca e o Ecomuseu - completou 15 anos no ultimo domingo, 29 de maio.

A Escola Bosque partiu de uma idéia do sociólogo, poeta, escritor, ambientalista e educador José Mariano Klautau de Araújo, antigo morador do Distrito, que amava e defendia com vigor a ilha de Caratateua (Outeiro). Ele gostava tanto do Outeiro que escreveu “Outeiro, uma Gestão de Vida”, “Dimensão Insular de Belém”, “Estações de Vida” e o livro de poesias “Trilhas”, todos esgotados. Mariano, grande amigo e companheiro de idéias e pensamentos, faleceu em 12 de Novembro de 2010.

O inicio – Quatro meses após a posse do prefeito Hélio Gueiros, Mariano esteve com a professora Terezinha Gueiros levando em mãos o projeto da Escola-Bosque, de sua autoria com o apoio da comunidade do Consilha – Conselho das Ilhas do Outeiro. Terezinha o aconselhou que procurasse Rita Nery, à época, Diretora de Ensino da Secretaria Municipal de Educação (Semec).

A educadora – que nos deixou na véspera do domingo de Páscoa - achou o projeto surpreendente aconselhou a professora Terezinha Gueiros que o aprovasse junto ao prefeito. Logo em seguida foi criada a Escola Bosque, com um nome pomposo- Centro de Referência em Educação Ambiental – Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, numa homenagem ao professor falecido meses antes, cientista, geógrafo especialista em Meio Ambiente e grande entusiasta do Outeiro.

A comunidade participou ativamente das demarches para a desapropriação da área onde foi construída a Escola Bosque - Avenida Nossa Senhora da Conceição esquina com a Rua Manoel Barata – Bairro de São João do Outeiro, em frente Administração Regional do Outeiro.

O projeto da Escola Bosque - aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal - diferia das demais escolas do município.

Era um centro de referência de alto nível. Os cuidadosamente professores selecionados possuíam pós-graduação, e ganhavam um pouco mais do que os seus colegas da rede municipal de ensino; e os alunos selecionados passavam o dia na escola em atividades escolares e extra-escolares voltados para o Meio Ambiente, com direito a almoço.

O sucesso foi tanto que houve necessidade da criação de seis anexos na área do Distrito do Outeiro, inclusive nas ilhas de Jutuba I e Jutuba II, em frente ao Cotijuba.

Tudo foi pensado para oferecer o melhor e mais conforto para o alunado como também para os professores. As salas de aula da Escola Bosque no formato octogonal – com oito lados – foram concebidas de modo a não cansar o aluno, assim como, despertar-lhe a criatividade.

O auditório foi construído de forma triangular não para somente servir de palco de encontros e eventos. como também para a apresentação de peças teatrais e até mesmo óperas. Nada foi esquecido, inclusive a acústica. A comunidade, por sua vez, usava muito o espaço perfazendo uma excelente forma de integração- município + povo

A Escola Bosque tornou-se famoso como centro de referência em educação ambiental e ganhou prêmios, menções honrosas e citações de varias organizações - e revistas e publicações técnicas - nacionais que se ocupam com tema não apenas dentro como fora do Brasil. Destacadamente Argentina, Chile Equador, Guatemala, México e Alemanha.

Nesses três lustros de Escola Bosque ocorreram grandes eventos. A escola foi sede de mini-congressos nacionais e internacionais, Semanas de Meio Ambientes que reuniu grande numero de pessoas e estudiosos de varias matizes - recebeu visitas importantes, sem desprezar o povo do Outeiro e das ilhas próximas.

A bem pouco tempo a Escola Bosque recebeu o projeto "A Academia vai à Escola", desenvolvido pela Academia Paraense de Letras (APL). Na ocasião, alunos, professores e funcionários da escola, além da própria comunidade do entorno, participaram de uma Sessão Especial da Academia, em homenagem ao poeta paraense Raimundo ALONSO Pinheiro ROCHA antigo ocupante da cadeira n° 32 da APL. falecido em marco deste ano, aos 80 anos.

Fato Triste - Lamentavelmente, a Escola Bosque na antiga administração municipal foi totalmente descaracterizada e sucateada.

Em todos os aspectos.

Naquele período a Escola - a troco de nada! - recebeu represálias de toda espécie; as salas de aula eram utilizadas para reuniões político-partidárias, e no final sempre apareciam equipamentos – modernos e caríssimos - danificados ou quando não sumiam, assim como alguns documentos e trabalhos importantes produzidos pelos alunos.

Os veículos – uma kombi seminova cor franco ovo, dois automóveis Fiat Uno cinza e um fusquinha antigo, mas de grande valia – tomaram chá de sumiço. Ninguém sabe ate hoje para onde foram.

A escola foi entregue à própria sorte.

Mas após tempestade vem a bonança. Com o apoio decidido da comunidade que arregaçou as mangas e foi à luta- e juntamente com a nova equipe selecionada por Terezinha Gueiros e Rita Nery deu um novo colorido ao prédio.

Futuro - A administração Duciomar Costa juntamente com a professora Terezinha Gueiros resolveram dar o devido destaque a Escola Destaque/ ou melhor – devolver-lhe a importância de antanho.

Desde o primeiro dia de gestão iniciaram o plano de restauração total da Escola Bosque. Tudo foi - e esta sendo - feito de forma que EB retorne às finalidades precípuas de Referência em Educação Ambiental – ainda a primeira do Norte do pais -, com menos alunos e um corpo docente de alto nível entre professores, engenheiros florestais, ambientalistas e técnicos em turismo.

A nossa querida desaparecida, Rita Nery, num encontro sobre Educação Aplicada promovida pelo Capra, um conselho que congrega as entidades e associações que funcionam no Outeiro, realizado no auditório do Centro de Referência em Educação Ambiental – Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, no ano passado, afirmou a este repórter que Duciomar & Cia tem planos ousados para a nossa menina moca. “Ela vai ressurgir das cinzas”.

Será transformada no Centro de Desenvolvimento Insular, não apenas como referencial de Educação Ambiental como também de centro de irradiação de turismo com a participação total da Comunidade. Como se não fosse bastante, dentro da expansão da Escola Bosque, a atual administração pretende recuperar totalmente as ruínas do antigo Educandário Nogueira de Faria (Cotijuba) e transformá-lo num centro de cultura e lazer.

O local será a Central de Desenvolvimento das ilhas, um projeto a ser desenvolvido pela atual administração municipal num futuro próximo.

E isso não vai demorar garantiu a educadora.

Mensagem final - Rita Nery, onde você estiver continue emprestar o brilho da sua inteligência a Terezinha Gueiros e a atual administração para que todos os planos ousados da Escola Bosque sejam concretizados e, também, como você afirmou no ardor de seu entusiasmo natural e contagiante, a nossa escola do Outeiro, assim a Fênix da mitologia grega, ressurja das cinzas.

Nesse aniversario de 15 anos da nossa Escola Bosque, este repórter – que acompanhou pari passu o nascimento do Centro de Referência em Educação Ambiental ou Fundação Escola Bosque, desde os primeiros sulcos na terra, desde os alicerces - através do seu espaço – presta homenagem a memória da professora Rita de Carvalho Nery Vanetta – ou Rita Nery – grande madrinha da Escola Bosque.

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E aproveito para enviar um grande abraço ao meu querido povo do Outeiro de arredores, que me aturou por quase 10 anos. (A.F.)

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