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4/19/2011



Nas últimas cinco décadas a humanidade se transformou. O capitalismo tomou conta do mundo e transformou tudo ou quase tudo em fonte de capital, de lucro, de consumo. Assim as festas, grande parte de caráter religioso se tornou ocasião de um consumo maior. Entre elas temos o Natal, Páscoa, dia das mães, dia dos pais e até o dia das crianças.
Com a profanização, estes eventos perderam seus sentidos originais, humanos, familiares e religiosos. E hoje a riqueza simbólica das celebrações muitas vezes não passam de coisas engraçadas, incomuns e sem sentido.
Mas, como católicos abastraímos esses conceitos menores e celebramos a Páscoa, ou seja, a Ressurreição do Cristo Jesus.
Este mesmo Jesus, onisciente, onipresente e onipotente possui um significado determinante para nós porque ele ressuscitou dentre os mortos.
Aqui reside o núcleo central da nossa fé cristã.
A ressurreição de Jesus ilumina as sombras e as incertezas que o homem tem a respeito da morte e da vida terrena.
"Abriu-se para nós uma porta para o futuro absoluto e uma esperança inarraigável penetrou no coração humano.
"Jesus anunciou um sentido absoluto ao mundo como libertação total de todas as alienações que estigmatizam a existência humana: da dor, do ódio, do pecado e, por fim, também da morte". Sua revolução chamou-se Reino de Deus. Contudo, contrariamente àquilo que se esperava dele, morreu na cruz. Sua morte parecia enterrar todas as esperanças, como sugerem-no a fuga dos apóstolos (Marcos 15,50), a frustração dos discípulos de Emaús (Lucas 24,21) e o medo dos judeus (João 20,19). Será que a morte mais vez triunfava sobre a vida?
Mas eis que três dias após sua morte, Deus o ressuscitou. Jesus não foi abandonado pelo Pai. A realização do Reino se completava naquele fato inaudito e único na história da humanidade.
A ressurreição de Jesus não foi a revivificação de um cadáver ou a volta à vida biológica, como aconteceu com Lázaro e o jovem de Naim, mas a radical transformação e transfiguração da realidade terrestre de Jesus.
Deus não abandonou Aquele que, segundo a lei, era maldito (Gálatas 21,23; e 3,13; Hebreus 4,15). Deus não deixou que a grama crescesse sobre a sepultura de Jesus. A morte apenas ameaçou a vida, mas não a venceu.
A ressurreição de Jesus não é um fato histórico qualquer. É um fato só captável na fé. Essa vivência aconteceu desde os primeiros dias após o fato.
A Páscoa cristã celebra não só a ressurreição de Jesus, mas também a ressurreição antecipada daqueles que crêem, pois com a ressurreição de Jesus, o fim do mundo já começou, isto é a realização do Reino de Deus já começou e nós, crentes, católicos somos ativos partícipes dessa realidade.
A Páscoa, em hebraico chama-se "Pesah". E seu ritual tem origem judaica. Ela acontece no décimo quarto dia do mês de Nisan, o primeiro mês do calendário judaico, e corresponde a março e abril do nosso calendário.
Por essa festa, - a mais importante do calendário judaico -, o povo celebra o fato histórico de sua libertação da escravidão do Egito acontecido há 3275 anos cujo protagonista principal deste evento foi Moisés comando o povo pelo mar Vermelho e deserto do Sinai, onde recebeu de Deus as Tábuas da Lei.
A passagem do mar Vermelho foi lembrada como Páscoa e ficou como um marco na história do povo hebreu. Nos anos seguintes ela sempre foi comemorada com um rito todo particular.
Essa celebração ganhou também dimensão futura, com o tempo. E quando os hebreus foram novamente dominados por estrangeiros, celebravam a Páscoa lembrando o passado, mas pensando no futuro, com esperança de uma nova libertação, última e definitiva, quando toda escravidão seria vencida, e haveria o começo de um mundo novo há muito tempo prometido.
No Novo Testamento, – a nova era – Jesus, o Filho de Deus oferecendo seu corpo e sangue assume o duplo sentido da páscoa judaica: sentido de libertação e de aliança. E ao celebrar a páscoa (Mateus 26,1-2 e 17-20), Ele institui a NOVA PÁSCOA, a Páscoa da libertação total do mal, do pecado e da morte numa aliança de amor de Deus com a humanidade.
A nova Páscoa não era uma libertação política do poder dos romanos, como os judeus esperavam. Poucos entenderam que o Reino de Deus transcende o aspecto político, histórico e geográfico.
Hoje ao celebrarmos a Páscoa, não o fazemos com sacrifício do cordeiro e alimentando-nos com pães sem fermento, pois Cristo se deu em sacrifício uma vez por todas (João 1,29; Primeiro Coríntios 5,7; Efésios 5,2; Hebreus 5,9), como cordeiro pascal, como prova e para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime.
Hoje, em cada Eucaristia, celebramos esse mistério pascal e na festa da Páscoa, propriamente dita, não só relembramos a presença constante de Deus nos fatos marcantes da história, mas e, sobretudo a concretização histórica da promessa divina de libertação plena e eterna de todo tipo de mal que aflige o ser humano. Cristo foi e é a vítima deste sacrifício e a realização dessas promessas. E assim como aconteceu com Cristo, também em nós irá se realizar, se crermos e optarmos por seu Reino.
Fazemos nossas as palavras de João Paulo II, “é imprescindível, é necessário que haja mais amor e compreensão; que todos demonstrem solidariedade fraternal para com seus semelhantes que sofrem em conflitos, quaisquer que sejam, em casa, no trabalho no Iraque, na Terra Santa e em outros lugares do mundo. É preciso que haja sempre as Páscoa seja vivido não apenas num dia, mas em todos os outros com fé, alegria e Paz".

Esta é a mensagem do Jornal do Feio a todos os colaboradores os e amigos de todos os lugares que nos acompanha, nesses oito anos – que trabalha com fé em Deus e com a proteção da Senhora das Gracas , Padroeira deste Distrito abençoado de Icoaraci – a todos os amigos, colaboradores e aquelas pessoas que gentilmente nos acessam.




Feliz Páscoa!

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