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9/08/2010

Icoaraci perde HOLDERMAN DA SILVA RODRIGUES



A Cultura do Pará, Icoaraci e as Academias Paraense de Jornalismo e das Letras Interioranas ficaram mais pobres. Holderman da Silva Rodrigues, o grande historiador da Vila Sorriso - e co-fundador dos dois silogeus -, faleceu no último sábado, 4, vítima de complicações circulatórias.
Foi ao encontro de Antônio Tavernard, seu patrono na Cadeira nº 8, da APJ.
Seu falecimento foi muito lamentado na “Vila-Cidade”, que escolheu para viver há mais de 50 anos. Monsenhor Raimundo Possidônio Carreira da Mata – seu vizinho, já que Holderman residia atrás do prédio da Matriz de Icoaraci - celebrou a Missa das 19 horas, do domingo, em sufrágio de uma boníssima alma.
Há 16 anos o advogado e jornalista Donato Cardoso de Souza – baseado no exemplo das grandes cidades e dos grande centros de cultura, idealizou a Academia Paraense de Jornalismo (APJ), tendo objetivo básico a valorização cultural da atividade jornalística, estimulando-a à dimensão intelectual, bem como, promover conceituar, valorizar e elevar cada vez mais alto o jornalismo paraoara
Para tanto convidou alguns profissionais para integrar a entidade. Holderman da Silva Rodrigues, historiador e exímio cultor do vernaculo foi um deles. Foi-lhe destinada a cadeira foi a de 8. Ele próprio escolheu o patrono: Antônio Tavernard.
O extinto a exemplo da APJ, também era membro fundador efetivo e vitalício da Academia Paraense das Letras Interioranas, fundada em Icoaraci pelo jornalista, poeta, escritor e indigenista Lucinerges Couto, exatamente na Casa do Poeta Antônio Tavernard, na Rua Siqueira Mendes – 1ª Rua – que por descaso e inércia do atual Governo do Estado, foi abandonada, ruiu e terreno foi tomado pelo mato.
Era um dos desgostos de Holderman.
A APJ foi fundada em 26 de outubro de 1994. Começou com vários encontros no terraço da residência de Donato – Travessa Mauriti, 4505 – Bairro da Pedreira entre as avenidas Pedro Miranda e Marquês de Herval, sob a luz da lua e das estrelas, no “famoso” terraço do Donato.
Lá foram escolhidos os 40 acadêmicos fundadores, efetivos e vitalícios - numa seleção um tanto quanto rigorosa em vários aspectos -, onde se mesclavam profissionais da nova e da velha guarda.
O grupo se reunia uma ou duas sextas-feiras por mês para discutir os rumos da APJ, cujos encontros começavam, invariavelmente, as oito e meia e, por vezes, se prolongavam até quase meia noite.
A Academia Paraense de Jornalismo atualmente é presidida pelo cronista e empresário Dênis Cavalcante.
Donato Cardoso é o presidente honorário da Casa.
Holderman, que foi por muito anos funcionário da Imprensa Oficial do Estado – e chegando inclusive à direção – e por onde se aposentou, amava História.
Era o historiador de Icoaraci.
Estava preparando uma obra a vida de Antônio Tavernard, filho de Icoaraci que desapareceu ainda jovem, seu ídolo, e que não conseguiu concluir.
Todos os anos por ocasião do aniversário de Icoaraci – 08 de outubro – o ilustre morto era constantemente procurado em sua residência – Rua XV de Agosto, 4ª Rua, como é mais conhecida – por estudantes das escolas e colégios da Vila Sorriso. Ele os recebia solícito e com muita alegria, quase sempre repimpado na sua cadeira “preguiçosa” de estimação... onde lia os jornais, os seus livros e fazia anotações.
Holderman da Silva Rodrigues foi um dos membros da Comissão Coordenadora do Iº Centenário de Icoaraci, em 1969 – onde deu a sua contribuição através de fatos históricos. No final das comemorações foi condecorado pelo então prefeito Stélio de Mendonça – juntamente com os demais membros da Comissão com a Medalha dos 350 anos de Belém. Há quase dois anos também recebeu das mãos do ex-presidente da APJ, jornalista Walbert da Silva Monteiro, a Medalha dos 15 anos do Silogeu.
Com o falecimento de Holderman da Silva Rodrigues, a Academia Paraense de Jornalismo ficou mais pobre. Em 15 anos de profícua existência, a APJ sofreu baixas lamentáveis: Abias Caldas de Almeida , Carlos Rocque, Edyr de Paiva Proença; do jornalista, advogado, escritor, historiador – com vários prêmios estaduais e nacionais -, romancista e também imortal à Academia Paraense de Letras e filho de Alenquer, Benedicto Wilfredo Monteiro; o jornalista e escritor Eládio Lobato, também imortal à Academia Paraense de Letras Interiiranas, e filho de Igarapé Miri; o jornalista, professor, advogado e promotor aposentado Carlos Alberto de Aragão Vinagre; jornalista Sillas Ribeiro de Assis, criador do Jornal Popular; o veterano historiador, escritor e jornalista e ex-presidente José Valente – de Barcarena -, também membro-fundador do Centro Paraense de Estudos do Folclore, além do jornalista e Mestre em História Ubiratam Silva do Rosário José, de Brfagança; e mais recentemente o jornalista e advogado Odacyl de Souza Cattete, diretor jurídico do Silogeu.
Assim como Icoaraci e as duas academia citadas, sinto-me também mais pobre.
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Perdi um amigo.
Aliás, um excelente amigo.
Mas, em breve, a gente se encontra.
Vamos discutir história.
Também matéria predileta do repórter.
Interessante: O Holderman se foi na véspera do Domingo em que a Igreja Católica reverenciou a Biblia- que nada é do que um compêndio de muitas histórias.
Repito uma frase que pedi ao Criador, durante a Missa: Senhor, receba a alma do Holderman; releve os seus pecados e o conduza ao seu Reino – Reino da Glória.

PAZ A SUA ALMA.

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