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9/24/2009

Antônio Cavalcante


QUINTAIS VERDES

Há muitos anos, os grandes centros urbanos vêm perdendo o charme bucólico dos quintais, motivado principalmente pelo crescimento desordenado das cidades, como também, pela expansão imobiliária instalada em nome do desenvolvimento urbano.
O modo de vida nas grandes cidades sofreu grandes transformações ao longo das últimas décadas, em decorrência do avanço científico tecnológico ocorrido a nível mundial, influenciando sobremaneira o cotidiano dos habitantes nos grandes núcleos populacionais, sob os diversos aspectos da sociologia urbana.
O processo de verticalização habitacional veio substituindo a tradicional ocupação urbana, numa velocidade inimaginável, reduzindo drasticamente as áreas destinadas aos quintais, onde as famílias mantinham alguma criação de pequenos animais, árvores frutíferas, plantas medicinais e ornamentais, além do desenvolvimento do lazer familiar, tudo por conta da modernidade adotada nas metrópoles. Tal processo tem influenciado inclusive nas questões meteorológicas, provocando alterações climáticas acentuadas nessas áreas metropolitanas.
Ultimamente parece estar havendo um despertar para assuntos de natureza ambiental, tanto é que nos novos projetos arquitetônicos em execução nas cidades, vem contemplando áreas verdes com ênfase ao paisagismo, promovendo assim uma maior humanização nos habitantes da cidade, através da contemplação da beleza dos jardins, e de alguma maneira na interação do homem ao meio ambiente em que vive.
Faz-se mister incentivar de alguma forma, à volta da prática de atividades campesinas nos quintais urbanos, não somente nas unidades residenciais familiares, como também nas unidades condominiais ou coletivas, como aquela praticada num passado não muito remoto. Aliás, já existe por parte de alguns governos municipais, uma preocupação em relação às áreas verdes urbanas, não somente nas vias e logradouros públicos como também nos terrenos particulares, com a implantação de programas institucionais de apoio a cultura verde, isto é, atividades voltadas para a produção de frutíferas, plantas ornamentais e medicinais, e pequenos animais domésticos nos quintais residenciais dos municípios.
A transformação desses pequenos ambientes, em verdadeiros protótipos de um paraíso tropical, com certeza irá trazer de volta o sabor dos frutos naturais, em suas várias formas de consumo: doces, compotas, geléias, sorvetes, sucos; a valorização da farmacopéia alternativa através de chás, ungüentos e emplasto de folhas, erva e raízes medicinais; a melhoria da dieta alimentar familiar, pela utilização de temperos e legumes de natureza saudável, além do cenário paradisíaco emoldurado pelas flores e gramíneas ornamentais cultivadas nesses espaços, embelezados pela sonoridade do cantar dos pássaros em cada novo amanhecer.
Por outro lado, vale ressaltar que a atividade de mexer com a terra, possui também um sentido de terapia ocupacional, aliviando as tensões do dia a dia, causadas pela conturbada pressão psicológica vivida pelos cidadãos no caos urbano da cidade grande.
Como podemos observar ao longo desse artigo reflexivo, existe uma preocupação em resgatar o cultivo em quintais urbanos, restabelecendo a integração social do homem ao meio ambiente.

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Tatá Cavalcante

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