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8/11/2008

Mamãe se foi


Perdi a minha mãe, FAUSTINA SENA E FEIO, ou simplesmente, “Dona Nêna”.
Uma mulher cheia de vida, saudável, sem problemas nenhum, no esplendor dos seus 95 anos.
Do lar, correta e honesta, foi casada 54 anos com o meu pai Sebastião da Silva Feio. Natural de Fortaleza/Ceará veio aos dois anos de idade para Belém com os pais e os irmãos.
Aos 18 anos conheceu Sebastião, um jovem de 25 anos, filho do coronel João da Silva Couto Feio, grande fazendeiro em Cachoeira do Arari. Ele havia renunciado a sua parte nas terras do pai para estudar enfermagem na capital -na antiga Escola de Enfermagem, à época uma das mais importantes do país –Padrão Ana Nery.
D. Nêna namorou e após quase dois anos casou.
Meu pai como Enfermeiro, foi trabalhar no Serviço de Navegação da Amazônia e Administração da Amazônia (SNAAPP), e rodou por essa Amazônia, Muitas vezes a Dona Nêna ia junto.
Foi graças a ela que o enfermeiro Sebastião Feio comprou casas. Duas na Pedreira (Barão do Triunfo; na Pedro Miranda, em frente ao Grupo Escolar Dr. Justo Chermont), uma na D. Pedro I (Praça Brasil) e uma última em Icoaraci – esta onde moramos.
Mamãe viajou com papai por quase todo o nordeste. Foi a São Paulo. Belo Horizonte, São Paulo, visitar os parentes. Durante os 15 anos que morei no Rio de Janeiro, mãe junto com meu pai, foi me ver três vezes.
Com a morte do marido, ela se dedicou aos filhos que criou, e a mim.
Era o meu porto seguro.
Católica praticante, quando não teve mais condições de ir à Missa na Paróquia de Icoaraci, recebia o Sacramento da Eucaristia em casa, em sábados, através dos Ministros da Eucaristia.
Vendia saúde. No último exame completo, que fez no Laboratório da Clínica Porto Dias, nada foi constatado.
Nada mesmo.
Minha foi um exemplo de mulher, esposa, mãe, avó, amiga e dona de casa.
Todavia, minha alegria teve um fim.
No final da noite de sábado/2, ao levantar da casa, escorrega perde o equilíbrio e vai ao chão. Conclusão: fratura do fêmur direito. Chamado o 192, a ambulância demorou a chegar quando deveria ser o contrário. Só veio após um telefonema da Diretora Geral da Administração Regional do Outeiro, Socorro Martins Rodrigues. Ela botou moral e eles atenderam rapidinho.
A mamãe foi para Pronto Socorro da 14 de março e logo em seguida para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, onde faleceu após uma cirurgia reparadora, de complicações pós-operatórias. Aliás, oportunamente, vou dedicar algumas linhas àquele nosocômio e aos seus funcionários. A minha mãe teve um tratamento de primeira naquele hospital nos oito dias que lá esteve internada.
O espaço deste blog seria pequeno para agradecer a atenção de tantos amigos de todos os lugares que através de telefonemas, telegramas e e-mails - inclusive pelo rádio: Santino Soares, da Rádio Liberal FM, leu uma bela e sentida mensagem no seu programa; assim como Costa Filho, de quem D. Nêna era ouvinte assídua há muitos anos, na mesma emissora - lamentaram a perda da mamãe.
Mensagens saídas do coração que me dão a certeza de que não estou só.
Quero agradecer o empenho dos meus familiares; de alguns amigos, destacadamente, Maria da Conceição Avelar – que trabalha conosco há quase 15 anos; Domingos Correa Bentes, meu irmão de criação, Risomar Garcia Pena, presidente da Conferência de São Vicente de Paulo da Paróquia de São João Batista e Nossa Senhora das Graças (Icoaraci); ao Padre Raimundo Possidônio Carreira da Mata (Padre CID), que celebrou Missa de Corpo Presente com a participação de membros da família, e “encomendou” o corpo antes da saída do féretro; ao Miguel Abraão, José Croelhas e Francisco Dionísio de Lima Ferreira que ajudaram a conduzir o ataúde com corpo da mamãe, da capela mortuária para a Igreja Matriz – que fica no outro lado da rua – e vice versa.
A todos, indistintamente, que estiveram comigo nessa hora difícil, reitero os meus mais sinceros agradecimentos. e que Deus em Sua Infinita Bondade recompense a todos.
Finalmente quero agradecer à Telma Maria Sebastiana Menezes da Silva.
Quanto a essa moça gostaria de manifestar publicamente, o meu apreço e o meu reconhecimento. Não porque ela está comigo todos esses 22 anos (de muitos altos e baixos) mas e principalmente pela sua preocupação e despojamento com que se houve na semana em que a mamãe esteve internada. Como o trabalho não lhe dava – e não lhe dá - tempo para nada – ele se comunicava pelo celular. E no dia “do enterro” esteve desde à tarde na capela; velou a sogra a noite toda até a mesma baixar a sepultura na necrópole de Santa Izabel - onde a nossa família possui jazigo perpétuo- , me dando força, apoio e enxugando as minhas lágrimas.
Obrigado, Telma.
Não vou esquecer desse seu ato muito bonito.
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Mamãe - FAUSTINA SENA E FEIO - cumpriu a sua missão na terra e está agora no céu, perto de Deus e ao lado do meu pai Sebastião Feio.
Foi completar uma santa união, interrompida há 13 anos.

Aldemyr Feio

Um comentário:

Ricardo Uchoa disse...

Desde que me entendo por gente, eu ouvia minha mãe falar na comadre Nena e no compadre Sabá. Tive o prazer de conhecê-los pessoalmente.
Apesar de poucos, foram inesquecíveis os momentos agradáveis que passamos juntos. O Sr. Sabá se foi a algum tempo atrás, e agora foi a Dona Nena. Fiquem com Deus!