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3/01/2008

Tribuna do Álvaro Jorge


A GRANDE ESPERANÇA DE UM POVO
Com a renúncia de Fidel Castro à presidência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a população sofrida da ilha caribenha reacende suas esperanças em novos horizontes para, depois de 50 anos de cárcere, sonhar com a implantação de um regime democrático, em substituição , “a uma realidade de zoológico, ou seja, aquela em que todos têm comida, escola e saúde, mas vive enjaulado, não paga o preço do atraso, da falta de liberdade e da pequenez intelectual”, como diz uma reportagem da revista Veja, da semana pretérita, com a qual concordo em gênero ,número e grau.
A palavra Democracia, depois da última Guerra Mundial, diz o eminente civilista espanhol, Vale de Goytisolo, não só é tema da maior atualidade no mundo de hoje, senão que ainda leva implícita uma qualificação que a impõe aos cidadãos como expressiva do único sistema político aceitável por uma civilização moderna e de inteiro teor com o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assim criou-se, como escreve Louis Salleron – uma espécie de legitimidade internacional, que impôs na opinião mundial a adesão a ela, como se tratasse de verdadeiro dogma, matéria de uma fé profana básica cujo objeto é a religião democrática. Esta parte do postulado de que toda autoridade vem de baixo, não do alto; e cujo corolário é que ela nasce do homem eleitor e identifica-se com a determinação do número majoritário.Isto é, temos que nos curvar à vontade da maioria, que na ilha caribenha,a decisão era diametralmente oposta ,com apenas um,vencendo o voto de uma multidão.
Em busca da Liberdade
A luta do homem em busca de liberdade e de justiça, tem sido uma constância desde o princípio do mundo, e principalmente,na Ilha Caribenha de Fidel Castro. Porém,apenas na segunda metade do século XVIII, ele começou a conquistar, de forma relativa, algumas dessas liberdades. E,mais recentemente,ou seja, na segunda metade do século XX, teve os seus direitos declarados, com a publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Infelizmente, tem sido difícil distribuir justiça e reivindicar direitos, porque o jogo de interesses, o embate hierárquico das normas jurídicas, o perfil conflitante na redação de textos confundem juizes, tribunais e a expansão da mídia perversa inverte conceitos, criando falsos mitos, enaltecendo os que se despem de caráter, divulgam pregadores da demagogia que se vestem de deuses e aproveitam sua notória habilidade para ganhar os dividendos do poder.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos nos seus trinta artigos proclamados após tantos séculos de luta consagrou a verdadeira liberdade humana. Liberdade esta que o povo cubano espera que seja consagrada pelo sucessor ou sucessores de Fidel Castro, para que possa viver com dignidade. A dignidade do ser humano, que compreende o direito aos bens essenciais, ao emprego, à saúde, educação, moradia e a vivência plena do Estado de direito, assegurada nessa Declaração Universal, que foi elaborada num cenário repleto de discussões sobre filosofias diferentes, que defendiam as ideologias do comunismo e do capitalismo.
Antes de seu termo final, ocorrido no dia 10 de dezembro de 1948, A Declaração Universal dos Direitos Humanos , foi objeto de acirradas discussões ideológicas, tendo como protagonistas a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), de um lado, pressionando o adiamento da Assembléia por meio do seu representante Andrey Vishinsky e, do outro, a vibrante e tenaz representante dos Estados Unidos, Sra, Ana Eleanor Roosevelt, que sustentava a necessidade inadiável de se firmar o termo, causando uma reação histórica.
Esta conquista universal celebrada pela Assembléia Geral da ONU, não extinguiram jamais o aparecimento de déspotas, ditadores, governantes arbitrários e facínoras que vivem ainda a subjugar o povo em várias partes do mundo. O homem, ainda vive a sofrer a violência dos poderosos, o arbítrio do Estado e as suas liberdades individuais são conseqüência do seu próprio destino; principalmente quando se faz necessário calar a voz dos que lutam contra o poder em busca de justiça, para defender os oprimidos e miseráveis, que formam uma multidão na Ilha Caribenha de Fidel Castro, aguardando por este milagre, que certamente virá, porque Deus é quem decide o destino do homem.

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