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8/12/2006

▬“Escola Bosque do Outeiro ressurgirá das cinzas"


No final de abril do ano passado, eu publiquei nos jornais de Belém - eu era Assessor de Comunicação Social da Administração Regional do Outeiro- , a matéria abaixo. Como o prefeito e escritor Duciomar Costa ressuscitou a Escola Bosque, e pretende transformar Cotijuba em uma estação de eco-museu, tornando realidade um antigo sonho do ex-prefeito Hélio Gueiros, acho que vale a pena republicá-la – com as devidas ressalvas –

Essa afirmação é da professora Rita Nery, consultora da Secretaria Municipal de Educação (Semec) ao participar de uma audiência sobre Educação promovida pelo Capra, um conselho que congrega as entidades e associações que funcionam naquele distrito, realizada no auditório da Escola Bosque. O encontro que reuniu os dirigentes das escolas públicas do Outeiro (estaduais e municipais), líderes comunitários e representantes do Sindicato da Educação (Sintepp), passou em revista a situação e os problemas que afligem esses estabelecimentos. Uma vez equacionados e sistematizados, serão apresentados ao Estado e Município como forma de colaboração.
Sem inauguração – Dentre os muitos problemas apresentados um chamou a atenção. Refere-se à Escola Municipal Helder Fialho, do bairro da Brasília. Ela funciona há quatro anos e nunca foi efetivamente inaugurada pela Prefeitura.
De acordo com a diretora Professora Lecy Barbosa – e seguindo uma prática adotada desde a primeira investidura da professora Terezinha Gueiros na Semec, durante a gestão Hélio Gueiros, segundo a qual, os diretores das escolas municipais sejam indicados pela comunidade - a antiga administração municipal nunca aceitou a sua eleição para o cargo. A Semec apostava numa outra candidata, todavia, a comunidade optou por seu nome.
Desde então a escola começou a sofrer represálias de toda espécie; as salas de aula eram utilizadas para reuniões político-partidárias, e no final sempre apareciam equipamentos danificados ou quando não sumiam. A escola foi entregue à própria sorte; e até mesmo a sua recuperação se deve ao apoio da comunidade que arregaçou as mangas, e juntamente com a equipe de Lecy deu um novo colorido ao prédio.
Escola Bosque - A professora Rita Nery – atual consultora na Semec e que representou a titular, professora Terezinha Gueiros – em sua fala explicou que, lamentavelmente, a Escola Bosque nesses oito anos foi totalmente descaracterizada e sucateada, em todos os aspectos. Ela lembrou que a construção da Escola Bosque partiu de uma idéia do sociólogo Mariano Klautau de Araújo. Meses após a posse do prefeito Hélio Gueiros, ele esteve com a professora Terezinha Gueiros levando em mãos o projeto da Escola-bosque, de sua autoria com o apoio da comunidade do Consilha – Conselho das Ilhas do Outeiro. Terezinha o aconselhou que procurasse Rita Nery, à época, Diretora de Ensino da Semec.
A educadora achou o projeto surpreendente aconselhou a professora Terezinha Gueiros que o aprovasse junto ao prefeito. Logo após foi criado o Centro de Referência em Educação Ambiental – Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, numa homenagem ao professor recentemente falecido, entusiasta em meio ambiente.
A comunidade participou ativamente das demarches para a desapropriação da área onde foi construída a Escola Bosque - Avenida Nossa Senhora da Conceição esquina com a Rua Manoel Barata – Bairro de São João do Outeiro.
O projeto da Escola Bosque aprovado pela Câmara Municipal diferia das demais escolas do município. Era um centro de referência de alto nível, Tanto que os professores selecionados possuíam pós-graduação, e ganhavam um pouco mais do que os seus colegas da rede municipal de ensino; e os alunos selecionados passavam o dia na escola em atividades escolares e extra-escolares voltados para o meio ambiente, com direito a almoço O sucesso foi tanto que houve necessidade da criação de seis anexos na área do distrito do Outeiro, inclusive nas ilhas de Jutuba I e Jutuba II, em frente ao Cotijuba.
Rita explicou que tudo foi pensado. As salas de aula da Escola Bosque no formato octogonal – com oito lados – foram concebidas de modo a não cansar o aluno, assim como, despertar-lhe a criatividade. O auditório foi construído de forma triangular não para somente servir de palco de encontros e eventos. como também para a apresentação de peças teatrais e até mesmo óperas. Nada foi esquecido, inclusive a acústica.
A Escola Bosque tornou-se famosa como centro de referência em educação ambiental e ganhou prêmios e menções honrosas fora do Brasil, na Argentina, Chile Equador, Guatemala e no México.
Futuro - A administração Duciomar Costa juntamente com a professora Terezinha Gueiros pretendem restaurar totalmente a Escola Bosque. Tudo será feito de forma que ela que retorne às finalidades iniciais de referência em Educação Ambiental, com menos alunos e um corpo docente de alto nível entre professores, engenheiros florestais e técnicos em turismo.
Alem disso, segundo Rita Nery, a Prefeitura de Belém tem planos ousados para a Escola Bosque. “Ela vai ressurgir das cinzas”. Será transformada no Centro e Desenvolvimento Insular, não apenas como referencial de Educação Ambiental como também de centro de irradiação de turismo com a participação total da Comunidade. Como se não fosse bastante, dentro da expansão da Escola Bosque, a atual administração pretende recuperar totalmente as ruínas do antigo Educandário Nogueira de Faria (Cotijuba) e transformá-lo num centro de cultura e lazer. O local será a Central de Desenvolvimento das ilhas, um projeto a ser desenvolvido pela atual administração municipal num futuro próximo.
E isso não vai demorar garantiu a educadora.

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